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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Empresa argentina investe em cultivares de canola para o mercado brasileiro

 Há bem pouco tempo atrás, a cultura de canola era praticamente desconhecida dos brasileiros. A produção de biodiesel e de óleo comestível de melhor qualidade do que o obtido da soja, entretanto, tem modificado este cenário. Hoje, a canola consolida-se como uma boa alternativa de cultivo de inverno no sul do Brasil.

De acordo com dados fornecidos pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), estima-se que o Brasil produza nesta safra 52 mil toneladas de canola. Há dois anos, a produção era de 42,2 mil toneladas.

Mesmo assim, há poucas cultivares de canola disponíveis no mercado nacional. Este cenário chamou a atenção da empresa argentina Al High Tech. Com mais de 20 anos de experiência em melhoramento genético de híbridos de canola, a companhia é líder do segmento no Uruguai e na Argentina. Por se tratar de uma cultura caracterizada por cultivos de pequeno porte, a empresa optou por buscar representatividade em vários lugares. Hoje, a semente produzida na Argentina também é exportada para o Chile, o Peru e a Alemanha.

No Brasil, as cultivares da Al High Tech estão sendo submetidas a Ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU) conduzidos pela Fundação Pró-Sementes. O objetivo é identificar cultivares que se adaptem ao país. Os ensaios estão sendo realizados pela segunda safra consecutiva em municípios do Rio Grande do Sul (Passo Fundo, São Luiz Gonzaga e Santo Augusto) e do Paraná (Guarapuava, Ponta Grossa e Cascavel). Os locais foram escolhidos por serem regiões representativas no que se refere ao cultivo de canola no país, e também por apresentarem diferenças climáticas e de altitude.

Em 2011, foram testadas 22 cultivares. Destas, uma cultivar foi registrada, sendo designada ALHT 1000. Neste ano, o número caiu para 11. O objetivo, segundo o diretor técnico da Al High Tech, José Luis Albero, é que mais um ou dois híbridos sejam lançados na safra 2013. “Os ensaios estão mostrando que as cultivares da Al High Tech são mais produtivas que os materiais disponíveis hoje no mercado brasileiro”, avalia a coordenadora da unidade de cultivos de inverno da Fundação Pró-Sementes e responsável pelos ensaios de VCU, Kassiana Kehl. “Temos que avaliar bem as cultivares antes de lançá-las, pois queremos oferecer um produto melhor do que o que está disponível no mercado brasileiro”, acrescenta Albero.

O engenheiro agrônomo argentino explica que o Brasil apresenta diferenças climáticas e de solo com relação à Argentina e ao Uruguai. Por isso, a Al High Tech investiu no desenvolvimento de cultivares específica para as condições brasileiras. O melhoramento genético é feito em parceria com empresas alemãs e os híbridos possuem linhagem de origem europeia.

Albero acredita que as regiões de maior altitude, como o planalto gaúcho, sejam os locais com maior potencial produtivo para a canola no Brasil. “Para esta região, faltam híbridos de ciclos mais longos, que sejam plantados logo após a colheita da soja para serem colhidos um pouco antes da semeadura do verão; assim, a planta aproveita melhor a chuva e tudo o que a natureza pode oferecer”, afirma o diretor.

As cultivares de canola lançadas pela Al High Tech terão sementes produzidas na Argentina. A empresa está negociando a viabilização da comercialização dos materiais no país, o que deve acontecer já na próxima safra.
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