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O que esperar da Macro Economia daqui para frente

Carlos Elias Jr.

Entramos em uma fase de transição de poder muito importante, em que é fundamental o governo atual repassar todos os pontos críticos ao entrante (como se todos nós não soubéssemos).

Graças aos vários anos de inegável democracia, hoje seja quem for nosso presidente seu papel é igual ao de qualquer outra república desenvolvida: Vender a imagem do País à fim de atrair investimentos. Quem faz todo o trabalho é a equipe, e em especial quero ressaltar a mais do que sensata escolha de Paulo Guedes, que tem primeiro de tudo uma tarefa dificílima pela frente. Os governos passadas Aparelharam o estado, se ele já era gigantesco, ficou maior e mais ineficiente.

Este é o cenário do novo ministro (não concordo em chama-lo de super-ministro. Não é este o caso. A junção de três ministérios é mais do que coerente).

PIB -1,5% crescimento – Sem comentários
Inflação – 3,9% - Muito baixa. Um país como o Brasil precisa de uma inflação um pouco mais elevada, para não ficar na estagnação que está
Selic - 6,5% - É uma verdadeira incógnita. Como uma Selic historicamente tão baixa não teve a capacidade de elevar o PIB e a inflação
Dolar – R$ 3,65 – Acho que vou morrer e nunca entenderei o comportamento do Dolar neste país
Déficit Externo – 1,3% do PIB
Déficit Primário – 1,7% do PIB
Taxa de Desemprego – 12% - Nos remete ao tempo da Hiperinflação
Dívida Pública - 87% do PIB – Sustentável apenas aos EUA, e mesmo assim é uma bolha que um dia explodirá
Déficit da Previdência – R$ 202,2 Bilhões – problema mundial que ninguém achou a equação perfeita
Produção Industrial – 2,8% - Nossa indústria está literalmente sucateada
Comércio Varejista – 2,6% - Sopro de vida em qualquer país, relegado quase à marginalidade (fui varejista muitos anos, falo de propriedade)
 
Sem sabermos o motivo concreto, Paulo Guedes anunciou zerar o Déficit Fiscal. Muito difícil, mesmo o cara sendo O CARA. De todas as outras promessas, as duas que mais me chamaram a atenção e já vieram muito tarde são;

Banco Central IndependenteO Ian Goldfajn deve ser o cara mais iluminado da face da terra. Em sua gestão, perfeita, viveu um ostracismo forçado primeiro pelo ego do Henrique Meirelles, segundo pela conveniência do Temer em não ter que bater de frente com o Presidente do BC. Até o momento não há previsão de troca de cadeiras, o que seria temerário. Se ele já ajudou à conduzir uma economia maluca e imprevisível até o momento, é a pessoa certa, no lugar certo, no formato certo: INDEPENDENTE!. Não é possível um país com pretensões globais ter seu Banco Central atrelado à ministérios e presidentes. É conflito de interesses.

MERCOSULO que você prefere: emprestar dinheiro barato do BNDES para obras de empresas brasileiras no Mercosul, mais do que provado ser um bloco retrógrado, ou enfrentar o mundo, tirar o Brasil da posição 60 de 63 países num ranking de competitividade internacional? Enterrar de vez a ideologia que fez o Brasil andar para trás nos últimos 8 anos?

Caímos de 123 para 125 no ranking de nações mais abertas à negócios, e grande parte disso é devido à famosa CLT. Para atacarmos blocos como União Europeia, NAFTA (ou o que restar dele depois do Trump), Oriente Médio, precisamos primeiro ter um país que valorize seu patrimônio. Sua força de trabalho, que não seja o ambiente nefasto que é.

Em países civilizados, e em países que buscam um lugar ao sol, banco tem uma função básica: Fomentar a economia e ganhar dinheiro. Aqui a função é: ganhar dinheiro à todo custo, nem que isso destrua seus clientes.

Não sou de esquerda, não sou de direita. Tenho minhas convicções. E, dentre elas, é que este país voltará à brilhar. Não espere uma chavinha mágica ser virada dia 02/01/19 e tudo estar resolvido. Tem muito trabalho pela frente pelo novo governo. Sabe quem mais terá que trabalhar para isso dar certo? Você, eu. Chega de mimimi. Está na hora de sermos adultos e ajudarmos nossa amada nação, pararmos de valorizar o que não deu certo e sim arregaçar as mangas e ajudar a colocar o pais no prumo.

Temos a lei ambiental mais severa do mundo, e mesmo assim temos a agricultura mais avançada. Percebem que, quando queremos e precisamos fazer, fazemos? Temos que deixar o complexo de vira lata para trás e voltar a ter orgulho desta grande nação. Cumbica, Galeão não são a saída. Não é indo embora do país que resolveremos. A debandada principalmente de mão de obra extremamente qualificada que não é valorizada aqui tem que se reverter. Além dos problemas imediatos, nossos governantes precisam colocar em sua AGENDA algo muito simples de resolver, que trará benefícios apenas daqui duas gerações: Educação. Admiro muito o FHC, e acho que foi demagogo demais quando falava em Educação e nada fazia. Temos que ter um projeto de país de longo prazo, de pelo menos 30 anos. Não que esta nova gerência fique trinta anos no poder, mas que se faça um planejamento e o mesmo seja cumprido e melhorado a cada gestão. Isso é o que eu e imagino 99% dos brasileiros esclarecidos e politizados querem. E mais uma vez digo, não virá de uma vez, ao virar uma chavinha.

Como diriam no AA, um dia de cada vez.

*Carlos Elias Junior tem MBA pelo OneMBA – Global Executive Program
Apaixonado por inovação, geração de novos negócios (startups), por geração / formação de equipes. Especialista em aplicar choque de gestão em empresas em dificuldade e aplicar gestão em empresas em crescimento. Acredita em Liderança Servil, Governança Corporativa, Estilos de Liderança, Meritocracia aplicada à toda a empresa.
Empreendedor serial, Mentor e Palestrante
Contato: jreliasbr@gmail.com
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