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Moratória da Soja, uma década de aprendizados e resultados

Juliana Lopes

A Moratória da Soja completa, nesse ano de 2016, dez anos de existência, bem como dez anos de aprendizado, dez anos de trabalho conjunto, dez anos de desafios, dez anos de resultados. Este é o resumo que podemos fazer desde 2006, com o estabelecimento do embargo à compra ou ao financiamento de soja produzida em áreas desmatadas a partir daquele ano no bioma amazônico.

A Moratória da Soja, um compromisso estabelecido pelo Grupo de Trabalho da Soja (GTS) - formado pelas empresas associadas à Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) e à Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), pelo Ministério do Meio Ambiente, pelo Banco do Brasil e por diversas organizações da sociedade civil -, tem por objetivo principal eliminar o desflorestamento do bioma amazônico associado à cadeia de produção da soja por meio de um programa de governança com participação de todos os membros do GTS.

Na assinatura do compromisso já informávamos que a iniciativa buscava conciliar a preservação do meio ambiente com o desenvolvimento econômico por meio da utilização responsável e sustentável dos recursos naturais brasileiros. E podemos dizer que, nesses dez anos, tivemos resultados que mostraram os impactos positivos da Moratória. Desde seu estabelecimento - em 2006 - até maio deste ano, o desmatamento da Amazônia caiu 86% nos municípios alcançados pelo acordo, enquanto a produção de soja cresceu 200% nessas localidades durante o mesmo período. Além disso, a área com cultivo de soja em desacordo com a Moratória na safra 2015/2016 corresponde a apenas 1,1% da área desflorestada no bioma.

Indo além dos números, podemos dizer que a Moratória também contribuiu para a melhoria da governança ambiental no Brasil, tendo sido retratada algum tempo atrás como a “avó” do Cadastro Ambiental Rural (CAR), e ainda permitiu um diálogo mais amplo entre o setor privado e a sociedade civil em busca de soluções para um modelo de desenvolvimento sustentável no campo.

A AMAGGI tem muito orgulho de participar desta história desde sua primeira semente e de ter construído diversas parcerias ao longo desses dez anos. Temos certeza de que são com essas parcerias que construiremos soluções e estratégias sólidas e inovadoras para uma agricultura sustentável para as próximas décadas.



*Juliana Lopes é diretora de Sustentabilidade e Comunicação da AMAGGI
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