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Agricultura e qualidade de vida: do campo direto para a casa

Diego Gomes Freire Guidolin

Você se alimentou hoje? Vestiu alguma roupa? Escovou os dentes? Usou algum medicamento? Caso tenha respondido “sim” para alguma dessas perguntas, você usufruiu de produtos de origem agrícola. A agricultura está presente no nosso dia a dia, embora muitas pessoas, principalmente nas grandes cidades, não notem.

A agricultura foi uma das primeiras práticas do homem, desde o momento em que deixou a vida nômade. A domesticação das primeiras espécies vegetais e animais propiciaram, em seu tempo, a criação das primeiras cidades, o crescimento populacional e o surgimento de novas formas de relação.

A partir dos anos de 1900, a difusão de tecnologias produtivas permitiu que a oferta de alimentos suprisse a demanda crescente. Em 1957, John Davis e Ray Goldberg elaboraram o conceito de agribusiness, salientando que a agricultura não poderia mais ser abordada de maneira separada dos outros agentes responsáveis por todas as atividades necessárias para a produção, transformação, distribuição e consumo dos produtos agrícolas. Dessa maneira, o agronegócio envolveria as operações para a produção e comercialização dos insumos utilizados no campo, as operações dentro das propriedades rurais, o armazenamento, processamento e a comercialização dos produtos.

Assumindo tal perspectiva, a quantidade de pessoas envolvidas com o agronegócio aumentou consideravelmente: desde o pequeno produtor rural, que trabalha na terra para produzir alimentos, passando pelo funcionário de uma indústria de peças automotivas que serão utilizadas em máquinas agrícolas, pelo publicitário que idealizou a campanha para promover uma marca do alimento, até o consumidor, que consome os itens provenientes do campo.

O agronegócio brasileiro possui grande importância para o país, pois além de responsável pela produção de alimento para a população e de matéria prima para os mais diferentes fins, ainda respondeu por 24% do PIB no ano de 2014 e 30% das vagas de empregos no país em 2013. Neste ano de 2016, em que enfrentamos grave crise econômica, a agropecuária deve ser nossa principal fonte de riqueza. Os produtos exportados para os mais diversos países do mundo evitarão um déficit maior em nossa balança comercial. O agronegócio segue na contramão do restante do país, enquanto o setor cresce, o PIB brasileiro deve encolher.

A atividade agrícola, desde seu início provê para a população os mais diversos tipos de alimentos, vestimentas, é fonte de energia e oferece produtos necessários para as mais diversas atividades na sociedade. Após o processo de industrialização, a importância da agricultura aumentou, já que, se antes a produção agrícola era basicamente para subsistência, hoje o valor econômico da agricultura para a sociedade é muito alto, gera milhares de emprego e impacta a sociedade.

Desta forma, é indiscutível a importância do agronegócio para nossa economia, pois é setor chave que fez com que o Brasil fosse reconhecido no comércio mundial. Apesar das grandes vantagens encontradas no setor e das boas perspectivas futuras, existem muitos problemas e desafios a serem superados que dependem, essencialmente, de investimentos tanto do setor público como privado, além de mudanças nas políticas econômicas internas.


* Diego Gomes Freire Guidolin - Zootecnista, doutor em Genética e Melhoramento Animal. Professor do curso de mestrado em Produção e Gestão Agroindustrial da Uniderp.
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