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O agronegócio como foco do crescimento econômico

André Lobo Faro

 Nos últimos anos o agronegócio se transformou em um dos grandes responsáveis por alavancar a economia nacional. Enquanto alguns setores sofrem com a recessão, enxergamos no campo inúmeras oportunidades de expansão. De acordo com estimativas realizadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o setor pode crescer 2,8% em 2015.

Quando falamos em perspectivas positivas, dois setores merecem atenção especial, são eles: a pecuária e o mercado aviário. Com a valorização da arroba do boi, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê que a carne bovina possa atingir uma receita de R$ 95,3 bilhões. Além disso, uma das consequências da elevação do preço da carne do boi é o aumento da procura pela carne de frango.

Outra questão que favorece o mercado de aves são os custos do milho e da soja, fontes básicas na composição de ração e que registraram uma queda nos preços na última safra. Como os dois grãos são as principias fontes de gastos para os produtores, isso favoreceu a criação de aves e a negociação com margens de lucros melhores.

Com o cenário positivo, tanto na pecuária como no mercado aviário, quem também se beneficia é a indústria de equipamentos agrícolas. Com o aumento dos lucros, os produtores estão optando por investir na mecanização das atividades, em busca de otimizar os serviços e aumentar a produtividade.

Entre os exemplos que podemos citar na pecuária, estão as roçadeiras para a manutenção das pastagens e confecção de aceiros no combate às queimadas, pulverizadores para a aplicação de herbicida nas ponteiras remanescentes , atomizadores para a aplicação de calcário e lançamento de sementes, que permitem a formação de novas pastagens, além de motosserras para a construção de currais, pontes, depósitos e coxos.

Já para o mercado aviário, encontramos equipamentos como o Motocultivador da Husqvarna, que é ideal para manter a cama aviária descompactada e livre de doenças e insetos; sopradores para limpeza interna e externa do aviário sem a utilização de água; e os tratores cortadores de grama, indicados para o corte da faixa de grama que fica no entorno do aviário, que auxilia na manutenção do condicionamento térmico do criadouro de aves.

Ainda sob o ponto de vista da indústria de equipamentos, não podemos deixar de destacar a importância da agricultura familiar. Atualmente, ela é responsável pela produção de 70% dos alimentos que consumimos, de acordo com Ministério do Desenvolvimento Agrário, e é um segmento que está apostando fortemente na mecanização com o objetivo de transformar o trabalho no campo em uma ação lucrativa e segura. O objetivo é que a atividade se fortaleça e seja responsável também por novos empregos, aumento da renda familiar, crescimento da indústria e desenvolvimento tecnológico.

De forma geral, podemos notar que teremos muitas oportunidades para o agronegócio neste ano. Um dos únicos pontos que pede um pouco mais cautela é a nossa condição climática. Digo isso, porque analistas de mercado avaliaram que em 2014, com a forte seca do Centro-Sul e o excesso de chuvas no Centro-Oeste, o agronegócio registrou perdas de receitas de aproximadamente R$ 10 bilhões. No Sudeste, por exemplo, o calor excessivo afetou diretamente culturas como o café, cana-de-açúcar, milho e feijão. A questão preocupa, mas podemos garantir que a atividade no campo só tende a crescer e ainda temos muitas oportunidades, pois é um segmento que está investindo fortemente no aprimoramento do manejo de determinados cultivos e na expansão tecnológica.



* André Lobo Faro é Diretor Nacional de Vendas e Serviços da Husqvarna, líder global no fornecimento de equipamentos para o manejo de áreas verdes e que comemorou 325 anos em 2014.


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