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Queremos um Centro de Tecnologia Mineral para MT
Pedro Eugênio Gomes Procópio da Silva
A cadeia da mineração de Mato Grosso cresceu 900% nos últimos 10 anos e as projeções são de ainda mais ampliação para o setor. Para se ter ideia, a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), tributo de contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos territórios, saltou de pouco mais de R$ 10 milhões em 2012 para R$ 102 milhões em 2021.
E a tendência é de aumentar este volume de receita, isso levando em consideração que o estado é a unidade da federação com mais área requerida para pesquisa. Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), o setor mineral de Mato Grosso atua na extração de água mineral, água potável de mesa, águas termais, diamante, diamante industrial, manganês, minério de ouro, minério de zinco, ouro, quartzito, entre tantos outros.
Ou seja, são muitos os minérios encontrados no solo mato-grossense e há muito mais para se avançar na exploração mineral. Neste cenário, o ouro representa quase 60% de toda a arrecadação do estado, com um total de R$ 48,6 milhões dos R$ 81,5 milhões recolhidos de CFEM referente a todos os minérios extraídos no estado. Além disso, a atividade emprega grande parte da classe ativa de pelo menos oito municípios.
Como podemos perceber, são as pequenas e médias minerações que ditaram o crescimento dessas cidades nos últimos anos. E dada a importância da cadeia do ouro, a Fênix DTVM emitiu uma carta em apoio às entidades que lutam pela criação do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) no campus de Várzea Grande da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) ou no parque tecnológico do estado, que está em construção.
Este centro é uma unidade que estará ligada diretamente ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e atua no desenvolvimento de tecnologia para o uso sustentável dos recursos minerais brasileiros. É preciso lembrar ainda que estes benefícios advindos das pesquisas são ainda utilizados em prol da sociedade brasileira, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento do país.
Somos uma empresa privada, com sede em Cuiabá, autorizada pelo Banco Central do Brasil a realizar a aquisição de ouro de pequenas e médias minerações legalizadas, reguladas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e órgãos ambientais. E, por isso, entendemos que a mineração de pequena escala praticada aqui contribui para o desenvolvimento e a geração de centenas de empregos diretos e indiretos.
Isso porque a atividade representa uma das principais fontes de sustento das comunidades próximas a esses empreendimentos. Portanto, é preciso implementar políticas públicas que possam auxiliar o setor, principalmente, para garantir avanços tecnológicos. Acreditamos que um dos caminhos facilitadores para esse fortalecimento está no desenvolvimento tecnológico, visando melhor aproveitamento mineral, com menor impacto ambiental.
Por termos essa visão é que nós, da Fênix DTVM, encampamos projetos como o “Ouro Responsável”, que busca certificar minas da baixada cuiabana que promovam boas práticas, inclusive, com investimentos voltados à produção sustentável, qualificação de mão de obra, cumprindo todas as regras trabalhistas e ainda atuando para reduzir e até eliminar o uso do mercúrio no processo de transformação do metal.
A Fênix DTVM ainda faz questão de fomentar projetos de inovações tecnológicas e investir em parcerias com empresas, instituições e universidades, com foco na melhoria da produtividade, baseada na redução dos impactos ambientais e amparados em pautas relacionadas ao meio ambiente, governança corporativa e bem-estar social (ESG).
E além de apoiar a criação do Cetem, também nos dispomos como empresa que integra a cadeia produtiva minerária, a continuar investindo em práticas cada vez mais sustentáveis, visando melhorar a imagem do setor perante o Brasil e o mundo.
Pedro Eugênio Gomes Procópio da Silva, diretor da Fênix DTVM