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Queda na primeira inflação de outubro

Joelmir Beting

 Boa notícia: o Índice Geral de Preços-Mercado de outubro variou 0,02%, bem menos que um mês (0,97%) e um ano antes (0,53%). Em 12 meses, o IGP-M variou 7,52% e, de janeiro a outubro, 7,12%. O IGP-M é usado em reajustes de contratos e alugueis, principalmente.

No IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (atacado) recuou 0,20%, depois de alta de 1,25% em setembro. O preço dos bens finais aumentou 0,07%, em outubro e 0,99% em setembro (a baixa veio com desaceleração em alimentos processados). Houve recuo em dois componentes do atacado: bens intermediários, com variação caindo de 0,90% para 0,41% na passagem do mês (menor pressão de materiais e componentes para a manufatura) e matérias-primas brutas, de 1,95% para -1,24% (com queda de preços ou menor peso de soja, milho e minério de ferro (este, de -3,91% para -5,91%). Aumentou o custo com café e laranja (esta, de 5,41% para 14,67%).

Outro componente do indicador, o Índice de Preços ao Consumidor teve alta, de 0,49% para 0,58% entre setembro e outubro, com maior custo de habitação (de 0,33% para 0,46%, comunicação (de 0,21% para 0,69%), vestuário (de 0,44% para 0,82%), saúde e cuidados pessoais (de 0,38% para 0,48%), transportes (de 0,18% para 0,21%), despesas diversas (de 0,24% para 0,41%) e educação, leitura e recreação (de 0,10% para 0,18%).

Detalhe: em alimentação, houve recuo, de 1,18% para 1,08%, com menor pressão nos preços de hortaliças e legumes (de1,26% para -6,34%), panificados e biscoitos (de 1,88% para 0,72%) e aves e ovos (de 2,92% para 2,02%).

O terceiro componente é o Índice Nacional de Custo da Construção, com variação subindo de 0,21% para 0,24%, pressionado por alta em materiais, equipamentos e serviços (de 0,42% para 0,49%) e mão de obra (0,01%, depois de estabilidade em setembro).

Inflação dos maiores
Informa a OCDE : em setembro, a inflação nos países do grupo aumentou 2,2%, em taxa anualizada. Nos 12 meses até agosto, a alta fora menor, 2,1%. A variação decorre de custo maior de energia (3,5% antes e 5,1% agora), que anulou a baixa dos gastos com alimentos (2,2% e 2,1%, na mesma ordem).

Nos EUA, a inflação anualizada passou de 1,7% para 2,0%, na mesma comparação. No Canadá, ficou estável em 1,2%, assim como na Itália (3,2%). Na Zona do Euro, também não se alterou : 2,6% em 12 meses.

A inflação caiu no Reino Unido (de 2,5% para 2,2%), na França (de 2,1% a 1,9%) e na Alemanha (de 2,1% a 2,0%). No Japão, segue em baixa, um pouco menos (de -0,4% para -0,3%), sempre considerando taxas anualizadas.

Fora da Zona OCDE, houve aceleração nas taxas de inflação na Rússia (5,9% e 6,6% em agosto e setembre, pela ordem), na África do Sul (5,1% e 5,6%) e mais moderadamente no Brasil (5,2% e 5,3%). Caiu na Indonésia (4,6% e 4,3%) e na China (2,0% e 1,9%).

Na variação mensal (de agosto para setembro), a OCDE aponta alta de 0,4% no seu conjunto, nos EUA e no Reino Unido, e de 0,2% no Canadá e no Japão. Houve recuo de 0,3% na França e estabilidade na Alemanha e na Itália. (A OCDE inclui Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, Estônia, Eslovênia, EUA, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Itália, Irlanda, Israel, Japão, Luxemburgo, México, Noruega, República Eslovaca, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça, Turquia).

Inflação das commodities
Segundo o estudo Análise Econômica Global, da consultoria PwC, com a expectativa de crescimento mundial moderado neste segundo semestre, a alta das commodities também deve perder ritmo. Estima-se que o barril de petróleo continuará em torno de US$ 92, na Bolsa de Nova York, até o final de novembro. O preço dos metais não deve subir até o final do ano, com tendência de queda devido a menor demanda global. O preço do minério de ferro já recuou 17% nos dois últimos trimestres, para US$ 100/tonelada.

Mas não há sinais de que ocorrerá a mesma coisa com as cotações de alimentos, que tendem a permanecer elevadas, por conta de níveis baixos de estoques e de colheitas insuficientes em vários países produtores, como os EUA.

VAREJO APRONTA-SE PARA O FINAL DO ANO


Informa a Pesquisa de Natal 2012, da Abras, entidade dos supermercados: este ano, as vendas típicas de fim de ano vão superar em 14,4% as do ano passado, quando o aumento esperado era maior (15,6% sobre o precedente).

Com expectativa um pouco menor, este ano, caíram as encomendas de importados, também por conta da desvalorização do real frente ao dólar. No ano passado, a demanda dos supermercados pelos importados havia crescido 14%; este ano, 7,1%, com as compras de frutas aumentando 11,1% (antes, 12,9%) e os vinhos, 8,6% (12,2% em 2011).

As encomendas de produtos nacionais mais consumidos no fim de ano estão maiores: 19,7% em peixes congelados, 18,9% na cerveja, 18,5% no refrigerante, 5,7% no peru e 4,4% no tender. E menores no caso do pernil (-0,5%) e lombo (-0,2%).

Quanto aos preços, os maiores aumentos este ano são os de cerveja (15,3%), frango congelado (15,2%), refrigerantes (14,3%), espumantes e frisantes (13,3%) e vinhos nacionais (12,9%).

Vendas & preços
Em setembro, as vendas reais aumentaram 4,91% sobre as de um ano antes e 0,21% sobre as de agosto. Desde janeiro, alta de 5,50% sobre o mesmo intervalo em 2011. Para todo o ano, a Abras espera avanço real de 5%.

Em setembro, o AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo, analisada pela GfK, teve aumento de 2,16% em um mês e de 7,65% em 12 meses, período em que o custo da cesta passou de R$ 306,42 para R$ 329,87.

Os produtos com as maiores altas em setembro, na comparação com agosto, foram batata (29,78%), cebola (23,40%) e farinha de mandioca (12,91%) e os com maiores quedas, tomate (-13,38%), extrato de tomate (-1,23%) e carne de dianteiro (-1,19%).

INDIGO BLUE SUSPEITO


O governo brasileiro abriu investigação, por suspeita de dumping, nas importações de índigo blue da China e de Cingapura - esse corante alcalino é usado em calças jeans, para dar a aparência de desgaste.

O processo de investigação foi pedido por uma empresa brasileira, a Bann Química, para a qual o produto importado está sendo vendido aqui, desde o ano passado, a preços inferiores aos de mercado.

Se a investigação indicar dano à indústria nacional, poderão ser tomadas medidas antidumping

RECESSÃO VAI CHEGANDO À EUROPA
Analistas estimam que o PIB da Europa encolheu no terceiro trimestre, após queda de 0,2% no segundo trimestre, o que, tecnicamente, significa a chegada da primeira recessão desde 2009.

Melhora
Ainda negativo, o índice de confiança do consumidor da Zona do Euro teve leve recuperação, de setembro para outubro, passando de -25,9 pontos para -25,7, informa a Comissão Europeia.

Piora
Mas o índice de confiança da indústria recuou, no mesmo intervalo, de -15,9 em setembro para -18,0 pontos, assim como o de serviços, de -11,9 para -12,1 pontos. O ambiente para os negócios piorou de -1,34 para -1,62, o mais fraco desde setembro 2009 .

Made in Japan
Informa o governo do Japão: a produção industrial recuou 4,1%, de agosto para setembro, efeito direto da desaceleração global. Em agosto, a produção caíra 1,6% sobre a de julho. Para este mês, a projeção é de outra baixa (1,5%), com alta em novembro (1,6%).

Bom sinal 1
Aumentaram 11% as encomendas de máquinas industriais na Alemanha, na comparação setembro/setembro, informa a Federação Alemã de Engenharia. É a primeira alta em um ano. Houve maior crescimento (24%) nos pedidos de países fora da Zona do Euro. As encomendas internas caíram 14%.

Bom sinal 2
Para a entidade, deve-se ter em conta que os dados de 2011 eram muito baixos e sinais mais claros de crescimento são esperados no futuro. A Federação reúne 30 companhias do setor, principalmente de pequeno e médio portes.

Aqui, sobe a confiança
A demanda vai melhorar, como sempre, por causa das festas de final de ano e do 13º salário, refletindo em saldo positivo no indicador de confiança do empresário do comércio em outubro, confirma a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio subiu 2,2% este mês, sobre setembro.

Mais 7% este ano
De agosto para setembro, a alta fora igual e é a terceira seguida. Sobre outubro 2011, o sinal ainda é negativo (- 1,6%), assim como (-3,4%) no trimestre agosto a outubro. Mesmo se persistem ameaças (alta da inflação, efeitos o da crise da dívida soberana externa na economia brasileira), a CNC mantém estimativa de vendas 7% maiores no varejo, este ano.

Outubro melhor
Em outubro, houve avanços no Índice de Expectativas (2%), no Índice de Condições Atuais (2,9%) e no Índice de Investimentos (2%). Entre os fatores da melhora, as medidas de estímulo à recuperação da atividade econômica - reduções fiscais, de juros e de custos trabalhistas - ao lado da manutenção do emprego e da renda.

Bom emprego
Pesquisa da Michael Page, especializada em recrutamento em alta gestão, informa ter sido de 19% o aumento no volume de contratações no primeiro semestre deste ano sobre o do ano anterior. Neste segundo semestre, a tendência se mantém, com demanda firme por gestores de recursos e para áreas de controle, principalmente em bancos comerciais e de investimentos. Para 2013, a estimativa é de crescimento ainda maior, de até 40%.

Setembro melhor
Informa a Abinee: o emprego no setor eletroeletrônico cresceu 0,54% de agosto para setembro, com abertura de 980 vagas, o que eleva para 183.630 o número total de empregados nas indústrias. De janeiro a setembro, foram contratados 3.320 trabalhadores, ou seja, 1,84% sobre os 180.310 do final de dezembro 2011.

Ritmo menor
Mesmo com esse crescimento, o nível de contratações teve retração de 48%, de janeiro a setembro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, quando haviam admitidas 6.360 pessoas. Sobre o mesmo intervalo em 2010, o recuo é maior, 76%, pois naquele ano haviam sido abertas 13.800 vagas nesses meses.

Irrigando o campo 1
Informa o Ministério da Agricultura: o Programa ABC, financiamento para as chamadas boas práticas agrícolas, liberou crédito de R$ 600,6 milhões nesta safra, pouco menos de 18% da verba de R$ 3,4 bi, disponível até o ano que vem.

Irrigando o campo 2
O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural, financiamento favorecido (juros anuais de 5%) para custeio liberou R$ 2,2 bi e quase R$ 500 milhões para investimento. A verba total é de R$ 4 bi.

Irrigando o campo 3
Resultados de outros programas: pelo Moderagro, R$ 111 milhões, e pelo Moderinfra, R$ 58,8 milhões (nos dois, juros anuais de 5,5%); R$ 1,8 bi pelo Programa de Sustentação do Investimento (aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem, com juros de 2,5% ao ano) .
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