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O impacto do dólar no mercado de commodities agrícolas
André Lobo Faro
Nos últimos meses, a desvalorização do real frente ao dólar fez com que muitas empresas repensassem o seu plano de negócios para este ano. O objetivo de todos é evitar os prejuízos causados pela variação cambial. Porém, quando avaliamos o agronegócio brasileiro, notamos que o cenário é um pouco diferente e as perspectivas não são tão pessimistas.
Como exemplo, podemos avaliar o mercado do café, que, de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), estima exportar 35 milhões de sacas neste ano. A entidade destaca que, mesmo com a queda no volume exportado entre os meses de julho e agosto, a parcial das vendas de café verde ao exterior já supera os valores do ano passado em cerca de 20%.
Esse é um movimento que tem impacto direto na indústria de equipamentos, pois as fazendas estão apostando na mecanização dos processos para otimizar a produção. Um exemplo disso são as novas tecnologias como o Kit Café da Husqvarna, que pode ser utilizado por qualquer perfil de produtor, seja ele pequeno ou grande, com soluções voltadas para cada etapa do processo produtivo. De fácil manuseio e alta eficácia, o equipamento é capaz de proporcionar uma redução de até 50% nos custos de colheita.
Porém, não podemos afirmar que a desvalorização do real foi totalmente positiva ao agronegócio: na contramão, tivemos a elevação dos preços dos insumos agrícolas. Elevação esta que interfere diretamente nos custos de manutenção e faz com que parte dos lucros obtidos com o aumento das vendas seja destinada à compra de fertilizantes e defensivos.
Além disso, de acordo com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o PIB agropecuário deve chegar a R$ 1,2 trilhão em 2015, sendo a atividade agrícola responsável por 67% desse total. Ou seja, apesar de o país atravessar um momento de crise, com um cenário econômico instável e a moeda enfraquecida, podemos dizer que o agronegócio segue como a bola da vez.
*André Lobo Faro é Diretor Nacional de Vendas e Serviços da Husqvarna, líder global no fornecimento de equipamentos para o manejo de áreas verdes e que comemorou 325 anos em 2014.