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Ecologia: Criança proibida de brincar para não “perturbar” cachorro
Dom Bertrand de Orleans e Bragança
O escritor inglês Chesterton costumava dizer: “Quando os homens deixam de crer em Deus, não significa que eles passem a crer no nada, mas passam a acreditar em qualquer coisa”.
A notícia proveniente de Veneza confirma o pensamento do escritor. Para os jornais locais, crianças de 2 a 8 anos teriam sido proibidas de brincar num parque de Villa Groggia, após uma madame ter reclamado às autoridades que o seu cachorrinho estava sendo perturbado.
Apesar da singularidade, o caso demonstra a grave situação em que se encontra não apenas a Europa, mas quase todo o Ocidente. Enquanto o número de animais domésticos cresce, a taxa de natalidade da população cai de modo vertiginoso.
Neste quadro de ofuscamento da razão e do bom senso se insere o episódio de Veneza que, mesmo sendo excepcional, pode vir a se tornar rotina futuramente, pois se animais têm os mesmos direitos que o ser humano, é lógico supor situações em que as exigências de uns entrarão em conflito com as necessidades do outros.
Não é próprio à sabedoria e à dignidade humana fazer os animais sofrerem inutilmente e desprezar suas vidas, ensina o Catecismo da Igreja Católica, que também alerta para o perigo de se gastar com eles o que deveria ser destinado para aliviar a miséria dos homens.
Segundo esse Catecismo, “pode-se amar os animais, porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoas” (cf. CIC. 2418). Mas quando uma revista de grande porte diz que as mulheres alegremente não almejam mais a maternidade é sinal de que algo muito estranho se passa na cultura do país.
No momento em que tramitam no Congresso leis ambientalistas que punem duramente quem quebrar um ovo de tartaruga, muitos vêm advogando o aborto por considerar o nascituro apenas um “amontoado de células”.
Eis a consequência de se construir um mundo sem Deus: ele sempre acaba se voltando contra o homem. Ecologia, ecologia! Quantos crimes se cometem em teu nome!