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Conquistas, a gente produz juntos

Carlos Fávaro

Chegar ao fim de um ano faz com que lancemos um olhar para os dias passados e também para os que virão. Para nós, produtores de alimentos, o ano de 2012 já se tornou histórico. Alcançamos grandes e esperados feitos, e nossas conquistas aconteceram para além das perspectivas mais otimistas.

Para dentro da porteira é justo enaltecer o trabalho realizado pelos produtores de Mato Grosso, que demonstraram, mais uma vez, porque somos o maior e principal estado produtor de alimentos do Brasil. O ano de 2012 foi um ano especial para a produção de soja e milho, alcançando uma produção histórica para as duas culturas. Aliado a isso, tivemos um ano com bons preços no mercado internacional, puxado, sobretudo, pela demanda aquecida no consumo mundial. Uma safra recorde com preços remuneradores permitiu a retomada de capitalização do produtor, que conseguiu um fôlego e pode investir mais, gerando um ambiente de negócios otimista para os demais setores da economia de Mato Grosso.

Estes resultados são frutos da união de famílias, que dedicam ou dedicaram suas vidas à arte de plantar e colher. Homens e mulheres que têm as mãos calejadas pelo trabalho na lavoura e ajudam o mundo a se manter mais nutritivo, vivo e sustentável.

Para fora da porteira a Aprosoja obteve inúmeras conquistas. Apenas para citar algumas, tivemos ganho de causa em recurso judicial no Tribunal Regional Federal, em Brasília, acabando com a obrigatoriedade de recolhimento do Funrural – considerado inconstitucional. A medida beneficiou os associados da Aprosoja e significou a esperança de revermos de forma totalmente legal uma cobrança que há muito pesava sobre a saúde financeira das propriedades rurais. Uma economia que certamente será revertida em investimentos no setor, beneficiando o nosso estado como um todo.

A aprovação do Código Florestal, em sua mais atualizada versão, também merece ser citada. Após anos de debates com todos os representantes da sociedade, classe política, pesquisadores e ambientalistas, o setor pode, enfim, vislumbrar de maneira concreta a tão sonhada segurança jurídica, com regras mais claras para a atividade produtiva com sustentabilidade. Apesar de não termos conseguido levar as propostas do setor produtivo na íntegra para o texto final, não há como compararmos as legislações que tínhamos antes e a atual. O avanço foi considerável e daqui para frente temos condições mais honestas e justas para nos mantermos na atividade.

Nosso ano também foi marcado por outro grande êxito, com a suspensão da cobrança de royalties sobre uma variedade de soja transgênica da empresa Monsanto. Foram anos de trabalho e, em conjunto com a Famato e 47 Sindicatos Rurais, entramos com uma Ação Coletiva, baseada em um estudo técnico e jurídico que confirmou que o direito de propriedade intelectual relativo à tecnologia Roundup Ready (RR) havia vencido em 01 de setembro de 2010, tornando-a de domínio público. Mais recentemente, no início do mês de dezembro de 2012, uma nova decisão nos deu o direito de fazer o depósito em juízo, caso a empresa retorne a cobrança. Assim, a discussão acerca do vencimento das patentes das referidas tecnologias e da impossibilidade da cobrança dos royalties continua, sem que os valores sejam repassados à Monsanto, ficando retido judicialmente até o final do processo. Outro ganho que ainda podemos ter é a devolução em dobro dos valores já pagos desde o vencimento da patente, pleito este que ainda está em análise pela Justiça. Mais uma economia que poderá ser empregada em melhorias na propriedade ou mesmo em novos investimentos.

O ano 2012 também foi o ano em que reforçamos nossas formas de comunicação e relacionamento com nossos associados e colhemos resultados satisfatórios nos projetos e programas que desenvolvemos. Por isso tudo só temos a agradecê-los. Nossa função é representá-los nos temas mais estratégicos, principalmente nas ocasiões em que ele não pode estar. Afinal, vem dele nossa razão de ser, nossas metas e as prioridades que temos a desenvolver.

Sabemos que os desafios ainda são grandes. Continuaremos com o foco voltado para projetos e ações que respondam aos anseios dos nossos associados. Reforçamos algumas áreas estratégicas, especialmente aquelas que possam colaborar para trazer rentabilidade aos produtores, trabalhando e cobrando a melhoria da infraestrutura e logística de escoamento da produção, desenvolvendo iniciativas e projetos de relacionamento institucional, especialmente com os poderes e órgãos diretamente ligados à nossa atividade, buscando pesquisas e estudos que auxiliem o manejo e controle de doenças e pragas, além de soluções para gargalos estruturais crônicos, como armazenagem, escoamento e disponibilidade de mão de obra. A cada safra estes problemas se tornam maiores, o que exige ainda mais articulação e organização da nossa entidade e lideranças para enfrenta-los.

É assim, agradecendo, e ao mesmo tempo buscando ampliar a união com nosso associado, que chegamos ao fim de 2012. Que novos desafios venham e que consigamos força, ímpeto, serenidade e afinco para obtermos mais conquistas. Que a história de 2012 possa levar a mais frutos no ano que chega, e que a nossa missão na Aprosoja continue significando mudanças essenciais para a vida de quem produz alimentos em nosso estado. Nosso 2013 já está marcado por mais união, proximidade e trabalho!

Carlos Fávaro é produtor de alimentos em Lucas do Rio Verde e presidente da Aprosoja Mato Grosso.
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