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Aprosoja: Unir para Fortalecer

Reck Júnior

Assim como muitos sulistas que deixaram sua região para tentar uma vida melhor em Mato Grosso, minha família deixou o Paraná rumo a Tangará da Serra (MT) há mais de 30 anos. Represento a quarta geração de uma família de produtores rurais e aqui mantivemos a nossa vocação que é de cultivar a terra.

E não há dúvida: Mato Grosso é um estado de oportunidades, acolhedor e onde se plantando tudo dá, até mesmo as terras não férteis. Trata-se de um estado bom e que tem suas dificuldades, mas que estão postas para serem superadas. E o agronegócio tem papel fundamental nessa superação.

Mato Grosso foi uma das unidades da federação menos atingidas pela crise econômica pela qual o Brasil atravessa e o agronegócio é o grande responsável por esse desempenho.

Entre os setores da economia privada, nosso Estado foi o único que – entre janeiro a agosto deste ano – gerou 108 mil novos postos de trabalho, o que demonstra claramente o peso e a importância do agronegócio para o todo o país.

E o setor que deu notoriedade ao Estado e que gera milhares de empregos tem entre seus representantes uma entidade forte e respeitada, a primeira criada no Brasil: Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MT).

É indiscutível o trabalho que a Aprosoja-MT desenvolveu até hoje e, para que o setor continue progredindo, é necessário que as ações tenham prosseguimento e outras sejam implementadas para dar maior suporte ao produtor.

Um dos grandes entraves para a melhoria do setor continua sendo a logística. E quando falo de logística, falo de estrada. O custo do frete em Mato Grosso, por exemplo, é o mais alto de todo o país, o que prejudica a competitividade dos produtos. Para se ter ideia, o valor do frete de um caminhão que sai de Mato Grosso com destino ao Porto de Santos (SP) custa U$ 75 por tonelada de soja, sendo que essa mesma quantidade é transportada de Santos para a China por apenas U$ 23.

Atravessar o mundo é três vezes mais barato que percorrer o Brasil. Como é possível? A precariedade das estradas deixa o frete mais caro e coloca vidas em risco.

Devido a infraestrutura logística desfavorável, uma das principais propostas do nosso plano de trabalho será de atuar insistentemente, com audiências mensais nos poderes Executivo e Legislativo, para dar celeridade na pavimentação e interligação regional das estradas do Estado, ligando as regiões de escoamento. A meta é criar um plano diretor e inseri-lo nas LOAs e LDOs de Mato Grosso.

Há também a necessidade de implantação do programa de boas práticas de comercialização com adesão voluntária das empresas e certificação da Aprosoja com o objetivo de estabelecer contratos justos entre as empresas e o produtor, bem como a classificação correta dos grãos.

Quanto à questão trabalhista, vamos unir força junto à Frente Parlamentar de Agricultura (FPA) para dar celeridade na definição de uma lei trabalhista específica para o trabalho no campo, evitando os problemas que hoje o produtor enfrenta nessa área. Reivindicaremos, ainda, da FPA uma pauta robusta para as questões ambiental e tributária e, para dar celeridade às demandas, estreitaremos a parceria com o governo estadual.

Na discussão da lei de cultivares, lutaremos para garantir a manutenção do direito da semente salva e incentivar a pesquisa brasileira, pensando sempre no futuro do agronegócio brasileiro.

Também realizaremos parcerias técnicas, eventos de especialidades e prospecção de novos mercados para encontrar soluções para a agricultura do futuro visando o aumento da produtividade. Para se ter uma ideia, em 2008/2009 a produtividade de Mato Grosso era de 50 sacas de soja por hectare e, em 2014/2015, esse número é de 52 sacas. Ou seja, após 6 anos, o aumento foi de apenas duas sacas. Dentre outras questões, é preciso gerar maior rentabilidade por meio de novas tecnologias de manejo, com atenção aos nematoides, ferrugem e insetos resistentes que prejudicam a produção.

Trata-se de um trabalho que é possível fazer com uma entidade mais unida e por isso o meu lema é “Unir para Fortalecer”. A Aprosoja trabalhará pautada na gestão de resultados e com foco na comunicação eficiente com o associado. Não atuo sozinho, tenho comigo companheiros qualificados e com vontade de dar a sua contribuição.

Pois, apesar de todos os desafios, Mato Grosso desponta no cenário nacional e internacional e a Aprosoja deve continuar representativa, demonstrando que a união, o trabalho e a determinação podem contribuir e mudar a trajetória de um Estado e, consequentemente, de um país.

*Reck Júnior é candidato a presidência da Aprosoja-MT pela chapa “Unir para Fortalecer”. É vice-presidente da região Oeste da Aprosoja, presidente do Sindicato Rural de Tangará da Serra e diretor comercial da Zona de Processamento de Exportação (ZPE).
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