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Agronegócio do Brasil, China e da Europa

José Luiz Tejon Megido

Você quer vender? Você também precisa comprar. Aliás, essa é a regra número um de um grande vendedor. Quem quer vender muito e bem, é preciso comprar do cliente antes. 

O Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, foi para a Europa para cuidar dos negócios do Brasil após as crises, do escândalo da Operação Carne Fraca, da delação da JBS e da vacina contra Febre Aftosa.

Foi obrigado, pela lei das negociações, a também se comprometer com a abertura do mercado brasileiro para produtos florestais agrícolas da Europa.

O Brasil é um dos maiores exportadores de carnes, grãos, açúcar, celulose, suco de laranja e café do planeta, segundo o Ministério da Fazenda. Mas, os europeus querem participar do nosso robusto e crescente mercado consumidor com seus produtos, e lógico, o reino dos lácteos deve vir forte por aí.

O setor leiteiro brasileiro vai encarar um poderoso desafio de qualidade, custo e obviamente de subsídios com o que os produtores europeus são privilegiados na atividade do agronegócio.

O Ministro Blairo disse ao Comissário de Saúde da União Europeia, Vytenis Andriukaitis, que sabia que esculacharam o Brasil quando houve a crise da Carne Fraca, dizendo para todos que o Brasil não era confiável em uma carta, dizendo para o Brasil rever a lista de produtos europeus e flexibilizar as exigências para a sua entrada no país.

Na verdade as relações comerciais e negociais do mundo são lados da mesma moeda. Não faremos negócios gigantescos com o mundo sem comprarmos do mundo.

E que se prepare a nossa indústria, que precisa de investimentos e revoluções de produtividade, bem como alívio da carga tributária reveladora da incompetência do Estado em se gerenciar com recursos que não aniquilem a livre iniciativa do Brasil.

Mas, imagine só a pressão da China na busca por reciprocidade comercial com o Brasil.

Para vender bem, precisaremos saber e poder comprar bem. Essa é a lei e vale para o agro também.

Sobre o CCAS

O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto. 

O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico. 

Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas. 

A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça.

*Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM
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