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Administração Participativa
Robson Paniago
Ter uma cultura voltada para a participação é um caminho interessante e que prescinde de pessoas preparadas para a mesma. A visão de mundo se modifica com a evolução das relações de trabalho.
Infelizmente, no Brasil as leis trabalhistas são antigas e ninguém tem coragem de alterá-las. Entra governo e sai governo, as coisas continuam com dantes no reino de Abrantes...
Nem um presidente trabalhador, um mito e político matreiro que resistiu até a um mensalão quis mexer nesta alteração e muito menos o poste por ele entronizado. Parece que temos que ficar indefinidamente atrelados a Getúlio Vargas...
No mundo de hoje, relações informais e de menores prazos seriam fundamentais para as empresas modulares, terceirizadas, flexíveis e outros arranjos que temos na economia e não adianta tapar o sol com a peneira. Está vazando água pela mesma...
Mas aparentemente ninguém convence os trabalhadores que é melhor assim. E ninguém muda este tal de imposto sindical obrigatório. Deveria ser opcional, paga quem acredita no seu sindicato.
“Mas santa ilusão”, Batman, se até o voto aqui ainda é obrigatório. Deveria votar quem efetivamente sentisse vontade e acreditasse nestes políticos. Por isso que não deixam isso passar, não teria quase nenhum voto nas urnas..
Neste sentido, a participação num país de faz de conta é difícil de ser implantada, pois demanda novas leis, novas relações e novas posturas de modelos mentais. As que utilizam caminham numa seara pedregosa e cheia de atalhos.
Enfim, como dizia Belmiro Valverde Castor Jobim, ex-escritor Paranaense: “O Brasil Não É Para Amadores” e o autor deste artigo complementa: “Transatlântico Não dá Cavalo de Pau”. E entenda por transatlântico o Brasil, este lugar cheio de contrastes, uma das maiores taxas de juros mundiais, má distribuição de renda e políticos de fazer arrepiar os cabelos.
Participação aqui só se for para lucrar mais com os esquemas e dificuldades para colher facilidades. Pois olhando o horizonte percebemos que quanto mais pedimos mudanças, mais eles teimam em nos dar mais do mesmo.
Que pobreza de espírito e quanta falta de criatividade...
*Robson Paniago professor da IBE-FGV e Administrador Tecnológico & Social