Imprimir

Notícias / Capacitação

“O agronegócio pede socorro para a educação brasileira”, afirma Rui Prado

Da Redação - Viviane Petroli

O Brasil possui sérios problemas com a ausência da alfabetização diante ao fato das escolas estarem organizadas de modo burocrático. A falta da escolarização no país e os entraves do setor educacional, segundo especialistas, estão interferindo no desenvolvimento do país.

Hoje, como o Agro Olhar já comentou, a falta de escolarização profissional é o maior obstáculo da produção agropecuária, bem como de outros setores econômicos, como é o caso da indústria. Em Mato Grosso, 53% dos analfabetos estão trabalhando no campo e até 2050 o Brasil precisa produzir 960 milhões de toneladas para atender a demanda imposta pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que estima uma população mundial de 9,3 bilhões de pessoas e uma demanda por alimentos 70% maior que a atual até lá.

Leia mais:
Escolarização profissional é o maior entrave do agronegócio, avalia Otávio Celidonio

A educação foi tema nesta sexta-feira, 11 de novembro, da segunda educação do Cresce MT, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT). O foco deste ano foi a "Educação para um novo tempo".

O presidente do Sistema Famato, que inclui a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e o Senar-MT, Rui Prado, afirma que o tema do Cresce MT é um "pedido de socorro" do setor do agronegócio para que o Brasil tenha uma educação de melhor qualidade.

Presidente do Sistema Famato, Rui Prado. (Foto: Assessoria)

"Nós precisamos ter gente melhor preparada. Isso em todos os setores econômicos, ou seja, tanto no campo quanto na cidade", pontua Prado.

Segundo o presidente do Sistema Famato, chegou-se no Brasil a um gargalo difícil onde há tecnologia de ponta, pessoas querendo investir e pessoas querendo utilizá-las, porém não se consegue assimilar essa tecnologia ao longo do período escolar. "O agronegócio está aqui pedindo socorro para o país para que possamos ter um nível de conhecimento melhor do que temos hoje".

O idealizado da Escola da Ponte, em Portugal, e um dos palestrantes do Cresce MT, José Pacheco, afirma que o Brasil tem tudo para melhorar e que o problema pode ser resolvido com as propostas teóricas que o país possui e que na sua opinião são excelentes projetos.

José Pacheco (Foto: Assessoria)

Pacheco está no Brasil há cerca de 15 anos e trouxe consigo de Portugal 30 e poucos anos de uma outra ideia de educação, ou seja, a de seu país de origem. Conforme ele, existem sim alternativas, mesmo diante a atual situação pela qual o Brasil passa de recessão econômica e crise política.

"O Brasil só precisa mudar o conceito da escola, praticar outra educação e confiar mais. O Brasil tem professores e propostas excelentes e por que não muda? Porque a política educativa está equivocada. As escolas estão organizadas de modo burocrático".

Na opinião do consultor educacional do Canal Futura e sócio fundador do "Todos pela Educação", Celso Antunes, as novas maneiras de ensinar significam repensar o que é uma aula, o que são conteúdos, principalmente em tempos de internet, e de que forma transformar o saber e o fazer. "Isso tudo se aplica perfeitamente a cidade e ao campo. O que não quer dizer que seja feito da mesma maneira. Mas, a hora que o educador, seja ele pai, mãe ou professor, compreender que ele precisa levar a criança a aprender, aprender a se solidarizar e transformar o saber em fazer ele está trabalhando novas maneiras no ensinar. Ele está mudando o conceito clássico da aula, do conteúdo, da avaliação".
Imprimir