A presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), classifica como "uma barbárie" o que está ocorrendo em relação à questão indígena no Brasil, citando, por exemplo, o conflito envolvendo os produrores da gleba Suiá Missú, no nordeste de Mato Grosso (Araguaia), que estão sendo despejados para a criação da reserva indígena Maraiwatsede.

Segundo a presidente da CNA, a gleba Suiá Missú está sendo desapropriada porque a área indígena foi deslocada para a área de conflito. Kátia Abreu afirma que a manobra foi adotada devido a interesses da Fundação Nacional do ìndio (Funai) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

"Não interessava ao Incra e à Funai mostrar a verdadeira área, para não haver conflito no governo. Mas não pode haver nada positivo em um ato que coloque em risco o direito de propriedade", alertou a senadora durante entrevista coletiva, nesta terça-feira, para divulgação do balanço da CNA em 2012 e perspectivas para 2013 - e com cobertura do Agro Olhar/Olhar Direto.

Ainda de acordo com a dirigente rural, a questão indígena e quilombola serão os temas prioritários para o agronegócio em 2013.

"Passado o Código Florestal, que definiu muitos pontos importantes, a questão indígena assume o primeiro lugar nas nossas preocupações. O decreto quilombola também agride o estado de direito e o direito de propriedade. Nada contra o desejo das pessoas, mas espero que estes temas sejam retirados definivamente do nosso setor", concluiu.