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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

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Indústria de alimentação animal estima produção de 62 milhões de ração

A indústria de alimentação animal no Brasil deve fechar o ano com produção de 62 milhões de toneladas de ração e 2 milhões de toneladas de sal mineral, além de movimento de R$ 47 bilhões para aquisição de insumos nacionais e importados, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). De janeiro a setembro deste ano foram consumidas 46,6 milhões de toneladas de rações e 1,6 milhão de toneladas de sal mineral, segundo a entidade. Se a previsão for confirmada, o resultado é um recuo de 3% na produção em comparação aos números de 2011.


Em 2011 a indústria de alimentação animal no Brasil havia produzido 64,5 milhões de toneladas de rações e mais 2,35 milhões de toneladas de sal mineral, um crescimento de 5,2% em relação à 2010. “O setor engatou a marcha à ré já no primeiro trimestre de 2012 e o recuo tem se intensificado por causa da coexistência de três fatores: alto custo do farelo de soja e do milho, baixos preços pagos aos produtores e desaceleração no ritmo exportador das carnes”, explica Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindirações. “A descapitalização de muitos produtores independentes vem reduzindo o rebanho de suínos ao longo do ano, além do alojamento de matrizes, pintinhos e o abate de aves, que perdeu fôlego nos últimos meses”, completa.

A indústria produtora de frangos de corte e suínos, juntas, demandam mais de 70% das rações produzidas no Brasil e são formuladas com quase 90% da mistura de milho (subiu o preço em 40% nos primeiros 20 dias de julho por efeito da estiagem no cinturão produtor americano) e farelo de soja (mais que dobrou de preço de janeiro até agosto do corrente ano em razão da forte estiagem na Argentina e Brasil).

De acordo com Zani, é possível que no próximo ano a indústria de alimentação animal global e brasileira seja capaz de compensar a perda acumulada em 2012. Para isso, no entanto, será necessária a convergência de alguns fatores como a emergência da nova classe média brasileira e seu potencial de consumo, a recuperação dos empregos nos Estados Unidos, o redirecionamento dos investimentos para o mercado doméstico na China e “depositando muito otimismo” na interrupção do caos econômico na União Europeia.

Considerada as potencialidades da demanda doméstica e internacional por proteína animal, as projeções para 2020 revelam a oportunidade de produção brasileira de aproximadamente 40 milhões de toneladas de rações para frangos de corte, 6 milhões de toneladas para poedeiras, 19 milhões de toneladas para suínos, 3 milhões de toneladas para gado de corte, 7 milhões para gado leiteiro, mais de um milhão de toneladas para peixes e camarões, 3,5 milhões para cães e gatos e 2 milhões para caprinos, ovinos, equinos, etc, totalizando 81,5 milhões de toneladas (crescimento médio de 2,54% ao ano desde 2011). No caso dos suplementos, o crescimento médio de 8,1% poderá culminar na produção de quase 5 milhões de toneladas. A evolução prevista de 2011 até 2020 na demanda de rações é de 2,4% ao ano para frangos de corte, 2,7% para poedeiras, 2,1% para suínos, 2,3% para gado de corte, 3,0% para gado leiteiro, 12,3% para peixes e camarões, 4,9% para cães e gatos e 2,0% para ovinos, caprinos, equinos, etc.

"A indústria de alimentação animal local tem se esforçado para mitigar os desafios contemporâneos e contribuído sobremaneira para a sustentabilidade da cadeia de produção de proteína animal brasileira”, comenta o vice-presidente executivo do Sindirações. Segundo Zani, o índice de sucesso do setor privado, contudo, continua modulado pelas iniciativas do setor público frente à complexa e pesada carga tributária, escassez de financiamento para capital de giro, incapacidade de armazenamento das safras e infraestrutura logística, dependência extrema dos aditivos da química fina, restrição ao uso de tecnologia e burocracia na implementação da inovação, dentre outras.
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