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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

Notícias | Economia

Frango sobe 100% no ano, mas setor não comemora

Para o setor produtivo, deveria ser extremamente prazerosa a constatação de que, em pouco mais de 10 meses, o preço do frango vivo obteve uma valorização de 100%.


Valia R$1,45/kg nos primeiros dias de fevereiro; ontem foi comercializado por R$2,90/kg, mas deve ir além e pode, até, mais do que dobrar de preço em relação ao que foi praticado no princípio de 2012, o que significa chegar aos R$3,00/kg.

Infelizmente, porém, não vai nenhuma alegria nisso, muito pelo contrário. Pois, junto com o ano que vai chegando ao fim pode estar se encerrando, também, mais um ciclo da avicultura. E, até agora, nada se sabe acerca do novo ciclo que está por vir.

Não é pouco o que vai ficando para trás. No ciclo atual, a avicultura saiu do nada e transformou-se na atividade mais pujante da produção animal brasileira; tornou-se (possibilidade impensável 15-20 anos atrás) a maior produtora de carnes de País; democratizou o consumo de proteínas animais graças a dois alimentos nobres e acessíveis; gerou riqueza, impulsionando a evolução de muitos municípios brasileiros; tornou-se produto-chave na pauta de exportações brasileiras, etc., etc., etc.

Não que isso tudo vá se perder. Mas são notórias, por exemplo, as dificuldades econômicas hoje enfrentadas por diversas cidades desse interiorzão afora simplesmente porque abatedouros avícolas paralisaram suas atividades ou porque caiu o ritmo das atividades avícolas na região. Mas sem dúvida está perdida, outro exemplo, a acessibilidade que o consumidor tinha ao frango e ao ovo devido ao encarecimento de um e outro produto em decorrência da elevação dos custos de produção. Da mesma forma que se encontra em risco o status brasileiro de maior exportador mundial de carne de frango. Ou será que o País conseguirá manter a competitividade anterior com um custo cerca de um terço superior?

Enfim, em pouco mais de 300 dias a avicultura de corte conseguiu dobrar o preço pago pelo frango vivo. Mas não há o que comemorar, especialmente porque ainda há muitas dívidas a pagar. Pior é que, para muitos, não há chance de recuperação. Isso tira todo o brilho daquela que esteve entre as mais vigorosas atividades da agropecuária brasileira e hoje está relegada a posição secundária, obrigada a contentar-se em ver “a banda passar”.


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