O governo do Estado através do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) realizou no dias 01 e 02 de dezembro, no Sindicato Rural de Cárceres, o encerramento das atividades de fiscalização e vigilância nas propriedades rurais localizadas na faixa de fronteira com a Bolívia. O trabalho foi realizado durante a 2ª etapa de vacinação contra febre aftosa para bovinos e bubalinos de todas as idades, realizada de 1º a 30 de novembro. Nesse período médicos veterinários e fiscais do órgão estiveram percorrendo as propriedades localizadas ao longo dos 750 km da fronteira seca, que compreende os municípios mato-grossenses de Cáceres, Porto Esperidião e Vila Bela da Santíssima Trindade, para garantir a sanidade do rebanho.

O trabalho de campo envolveu 42 profissionais, entre veterinários, agrônomos e fiscais de defesa agropecuária e florestal. Durante a reunião que contou com a participação do presidente do Indea, Jurandir Taborda Ribas, foi apresentado um balanço das atividades. Cerca de 800 propriedades com aproximadamente 440 mil bovinos foram visitadas. Não se detectou indícios de febre aftosa, por outro lado foram notificados casos de raiva animal e por esse motivo os veterinários apontam a necessidade de vacinar o rebanho contra a doença. O gerente do Programa de Prevenção e Erradicação da Febre Aftosa, João Marcelo, citou os avanços no trabalho de vacinação na fronteira "Nós sempre fazemos reuniões iniciais e finais para melhorar o nosso trabalho e conseguimos melhorar em todos os requisitos" disse.

O gerente da regional do Indea de Pontes e Lacerda, Pedro Sergio Mazetti, tem em sua jurisdição o município de Vila Bela, que dispõe de um rebanho de 270 mil cabeças. Para ele os produtores estão cada vez mais conscientes da importância de realizar a vacinação. "Hoje Mato Grosso é considerado área livre com vacinação e isso garante a abertura de novos mercados para a carne produzida no Estado e o produtor está consciente disso".

Presidente do Sindicato Rural de Cárceres, Márcio Lacerda, destacou a importância do trabalho de fiscalização do Indea, e a parceira com o Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa/MT) com a doação de vacinas à produtores bolivianos na faixa de fronteira. "Em nome dos produtores rurais de Cáceres quero agradecer a todos que estiveram envolvidos nesse trabalho, dessa forma temos a atividade fortalecida com a garantia sanitária, e a certeza que a proteína animal que produzimos aqui pode ser comercializada em qualquer mercado do mundo".

Paralela a fiscalização e a vacinação assistida, o Indea realizou também um trabalho de educação sanitária junto aos produtores e alunos de escolas das comunidades rurais. Foram 18 palestras para quase 1000 alunos e produtores. Um dos temas abordados foi a prevenção da entrada de pragas que atacam as lavouras, e ainda o uso correto de defensivos agrícolas. "O resultado foi muito positivo, a gente percebeu a carência desse tipo de informação" disse a engenheira agrônoma do Indea, Márcia Martins. Ela aproveita para fazer um alerta sobre o alto risco de entrada no Brasil pela fronteira com a Bolívia da Monilíase do Cacaueiro. Uma doença inexistente no País, e que é causada pelo fungo Moniliophthora Roreri, que ataca principalmente os frutos do cacau. "É importante que a população que transita pela fronteira não traga cacau da Bolívia para o Brasil, o que inclusive é proibido".

A vacinação ainda continua nas propriedades localizadas no baixo-pantanal até 10 de dezembro, esse é também é o prazo dado aos produtores para comunicar a vacinação ao Indea. O presidente do órgão, Jurandir Ribas, fez questão de parabenizar a equipe do Indea pelo empenho e destacou a parceria do Governo do Estado, Fesa e Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa), para o sucesso da campanha de vacinação. O presidente também falou sobre a implantação de um novo sistema que vai permitir o acompanhamento on-line da vacinação, comunicação e transporte de animais. "O sistema está pronto e assim que findar a essa etapa de vacinação, os dados serão migrados para a plataforma, e já na próxima campanha o produtor terá condição de fazer a comunicação on-line. O presidente também ressaltou que o produtor poderá fazer a emissão da Guia de Transporte Animal (GTA) pela internet com toda comodidade e segurança".