Tudo mudou na vida do assentado Sulivan Fernando da Silva, depois que ele passou pelos treinamentos “Administrações de Pequenas Propriedades Rurais” e “Associativismo e Cooperativismo”, realizados pelo Serviço Nacional de Aprendizado Rural de Mato Grosso (Senar-MT) em parceria com o Sindicato Rural e Prefeitura de Paranaita (837 km de Cuiabá).

“Eu já estava pensando em abandonar a terra que minha família conseguiu depois de tanta luta, não acreditava que iria conseguir algum dinheiro com a chácara”, relembrou.

A terra que Sulivan da Silva se refere está no Assentamento Nossa Terra, Nossa Gente, a 7 km do núcleo urbano de Paranaita, é formada por 49 famílias assentadas e foi criado em 2004. “O treinamento do Senar abriu nossos olhos”, comentou. “Percebemos que se unirmos nossas forças teríamos mais chances”, destacou.

Há cerca de um ano o assentado se reuniu com os vizinhos e juntos criaram a Cooperativa dos Produtores hortifrutigranjeiros de Paranaíta (Coopervila), mas a formalização só chegou agora, a papelada ficou pronta no dia 26 de novembro. Com 20 cooperados Sulivan da Silva assumiu a presidência da Coopervila . “Hoje temos uma horta comunitária e cerca de 85% da nossa produção é vendida para uma empresa de obras de construção no setor de energia. Isso nos garante faturamento mensal de cerca de R$ 31 mil”, comemorou. “O restante da produção vendemos na região mesmo”.

Entretanto, os cooperados querem mais. Eles têm planos de diversificação da produção, que hoje tem sua base em hortaliças (alface, rúcula, almeirão cebolinha e salsinha). “Já produzimos alguma coisa de quiabo, jiló, maxixe, abobrinha, mas estamos querendo investir em fruticultura, especialmente o abacaxi”, revelou. E o presidente da cooperativa não está de brincadeira, no mês de novembro o Senar realizou o treinamento de 40 horas “Cultivo do Abacaxi” e lá estava ele representando a Coopervila, aprendendo as técnicas de cultivo da fruta com o instrutor Anésio Ansolin.

“Cada vez que eu notar que preciso me qualificar eu vou atrás”, contou animado revelando que tem interesse em cultivar maracujá e mamão papaia também. Para essa nova atividade Silva se baseou em pesquisas pela internet e de boca em boca nos mercados da região. “O mercado da fruticultura é fixo, o Estado apresenta uma grande demanda. Para se ter uma ideia Mato Grosso produz apenas 3% do mamão papaia que consome”, ensinou.

Outro plano da cooperativa é aderir ao programa do governo federal “Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar”, garantida pela Lei Nº 11.947 e que determinando que no mínimo 30% da merenda escolar seja comprada diretamente de agricultores familiares. “Estamos prontos para esse programa, iremos oferecer as escolas públicas hortaliças e frutas”.

Além do fator econômico, Silva destaca que a qualidade de vida mudou. “Antes eu trabalhava de encarregado de fazenda, tinha que deixar minha família em casa por 15 ou mais dias. Hoje estou em casa todos os dias”, afirmou. “Eu sempre digo que ninguém vai ficar rico com a cooperativa. Entretanto, o mais importante é que a qualidade de vida que estamos tendo”, concluiu.

O Senar está no Twitter e no Facebook. Siga @senar_mt e curta a Fan Page (http://www.facebook.com/SenarMt) da instituição de ensino rural, que está presente em todos os municípios de Mato Grosso, atuando em parceria com os 86 sindicatos rurais. Faz parte do Sistema Famato, assim como a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA-MT).