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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Cadeia produtiva avalia prejuízo imediato com “Carne Fraca” e pede para setor não ser colocado no banco dos réus

Foto: Reprodução

Luciano Vacari é diretor-executivo da Acrimat

Luciano Vacari é diretor-executivo da Acrimat

Os prejuízos causados pela operação "Carne Fraca", da Polícia Federal, têm sido imediatos na avaliação do setor produtivo, que inclui pecuaristas e indústria, que pede para que não se coloque no "banco dos réus" todo o produtor brasileiro e cadeia produtiva. Para produtores e frigoríficos mato-grossenses, "o serviço de inspeção falhou" e "a pior crise que pode existir é a crise de imagem".
 
Deflagrada na sexta-feira, 17 de março, pela Polícia Federal, a operação "Carne Fraca" visa à desarticulação de uma organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Ainda não sexta-feira, diversos países solicitaram ao Governo Federal esclarecimentos quanto à situação. Até o momento já anunciaram restrições à carne brasileira a União Europeia, Chile, China e Hong Kong. A Coreia do Sul voltou atrás e salientou que decidiu intensificar a fiscalização do produto brasileiro.

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Na avaliação da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e do Sindicato Das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo-MT) o rigor é necessário e que haja punição. "Por outro lado é lamentável o sensacionalismo que se deu em cima de um fato pontual, especifico e que poderia muito bem ter sido resolvido sem todo esse alarde e prejuízo que nos causou", segundo o vice-presidente do Sindifrigo-MT, Paulo Belincanta.
 
De acordo com o diretor-executivo da Acrimat, Luciano Vacari, “o que foi colocado em cheque com essa operação da Polícia Federal não foi à carne brasileira. Foi o sistema de inspeção. Tem uma diferença gigante entre uma coisa e outra. O serviço de inspeção falhou".
 
Segundo o vice-presidente do Sindifrigo-MT, Paulo Belincanta, é preciso cuidado. "Não pode se julgar toda uma cadeia, se colocar no banco dos réus todo o produtor brasileiro e toda a cadeia produtiva brasileira, indústrias com milhares de empregos e divisas na balança comercial do país. Isso não justifica, porém isso foi posto em cheque. Coisa que nós temos consciência que absolutamente nada tem haver".
 
Belincanta afirma que os prejuízos diante a operação da Polícia Federal são imediatos para a cadeia produtiva. "Prejuízo à gente começa a sentir já de imediato com alguns países, ainda que temporariamente, banindo a exportação brasileira. Isso é uma cadeia em dominó que vai bater lá no preço da arroba do boi".
 
Mato Grosso conta hoje com 24 frigoríficos com Selo de Inspeção Federal (SIF) em atividades. Conforme o Sindifrigo-MT, cerca de 10 plantas frigoríficas estão paradas, sendo que algumas aguardam a retomada da econômica e um aumento da oferta de matéria-prima para voltar a atividade.
 
Crise
 
Na opinião do diretor-executivo da Acrimat, Luciano Vacari, a “pior crise que pode existir é crise de imagem. Crise de confiança” neste momento.
 
Para Vacari, é necessária muita cautela ainda diante da questão. "Eu acho que é uma hora que a gente tem para mostrar o que temos de melhor. E, o que temos de melhor? A qualidade do nosso rebanho, o comprometimento do produtor, a qualidade das nossas indústrias, o comprometimento dos nossos fiscais. Nós temos o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) que é uma vantagem. Não houve um problema sanitário. Houve um problema operacional".
 
Em meio a toda a questão, salienta o diretor-executivo da Acrimat, há "uma coisa positiva": "Foi descoberto por uma autoridade brasileira".
 
Na segunda-feira, 20 de março, o governador Pedro Taques, temendo o risco de que Mato Grosso seja afetado por respingos da operação "Carne Fraca", informou que se reúne com o presidente da República, Michel Temer (PMDB) nesta terça-feira, 21, para unir esforços com o Governo Federal no sentido de fortalecer a cadeia produtiva da carne no País.
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