De acordo com um relatório da Fundación Mediterránea, a cadeia de produção de carne bovina da Argentina, que antes gerava quase o dobro das divisas da cadeia leiteira, agora ficou para trás. Em 2011, o valor exportado pela Argentina em produtos lácteos, de US$ 1,527 bilhão, superou as divisas geradas pela carne bovina, que foram de US$ 1,442 bilhão.
Essa diferença se acentua em 2012. As exportações do setor leiteiro foram de US$ 1,082 bilhão até setembro desse ano, contra US$ 883 milhões de carne bovina.
O rebanho argentino alcançou 49,9 milhões de cabeças em março de 2012, o que implica em uma recuperação de 4% no ano. Porém, devido às restrições às exportações de carne impostas pelo Governo argentino, limitando as vendas ao mercado interno, esse aumento pode derivar em uma "queda em termos reais de valor do gado no país". A consequência mais direta disso é uma baixa na rentabilidade dos pecuaristas.
Durante o mês de setembro, a produção de leite na Argentina caiu em 4,46% com relação ao mesmo mês do ano anterior, sendo esse o segundo mês consecutivo de taxa negativa de crescimento anual. Isso leva o crescimento na produção de leite de janeiro a setembro a registrar queda de 4,29% com relação ao mesmo período de 2011.
Apesar dessa queda na produção, segundo o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (SENASA), de janeiro a setembro as exportações de leite em pó da Argentina alcançaram um volume total de 179.779 toneladas, o que representa um aumento de 9,5% com relação ao mesmo período de 2011. Desse total, 80% foram de leite em pó integral e o restante de leite desnatado. As exportações de queijos durante o período de janeiro a setembro de 2012 foram de 38.590 toneladas, 11,3% a menos que no mesmo período de 2011.
