Cerca de 9% da área de soja em Mato Grosso foi monitorada durante a realização do Circuito Tecnológico Aprosoja no Campo - Safra 2012/2013. Com o objetivo de obter um “raio X” da safra 12/13, foram percorridos cerca de 42 dos maiores municípios produtores de grãos. Um total de 746 mil hectares, que representa um aumento de 44% frente ao total percorrido no ano passado. Os principais problemas apontados pelos produtores durante as visitas são a falta de mão de obra qualificada, a carência de armazenamento e problemas com nematoides (pragas).

De acordo com estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), MT será responsável pela produção de 24 milhões de toneladas de soja, quase 30% da produção nacional, o que poderá colocar o Brasil como o principal produtor mundial do grão. Durante dez dias, foram visitadas cerca de 332 propriedades. O número representa aumento de 4% frente às visitas em 2011. Foram percorridos 16 mil quilômetros, sendo coletadas 446 amostras de sementes e 55 de fertilizantes.

Conforme o gerente institucional da Aprosoja, Nery Ribas, alguns resultados são preocupantes no Estado. “Nós temos uma série de complicações, como mão de obra, armazenamento, nematoides e qualidade das sementes”, afirmou. Das propriedades visitadas, em média 80% registraram a presença de nematoides. A região oeste foi a que contabilizou o maior percentual: 92%. Conforme resultados, 56% dos produtores citaram a presença do nematoide Pratylenchus, que causa o apodrecimento da raiz e afeta a produtividade da lavoura. “São resultados extremamente preocupantes, e que serve de alerta para os produtores”, destacou Ribas.

Outro gargalo apontado durante o raio x, os problemas com a mão de obra e armazenagem. Em média 70% dos produtores declararam ter problemas como a falta de profissionais qualificados para a lavoura. Segundo o diretor da Aprosoja e também da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Nelson Piccoli, com a chegada da tecnologia para o campo, o que era para ser um grande atrativo se tornou pesadelo. “Hoje boa parte dos problemas com a falta de mão de obra vem da falta de qualificação de profissionais preparados para atuar com essa tecnologia”. Quanto a armazenagem, a região que mais encontra dificuldades é a leste.