A tenacidade com que defendia os ideais, principalmente a necessidade a produzir proteína animal e vegetal sem destruir o meio ambiente, e o respeito conquistado em nível nacional na Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) tornaram o ex-deputado federal Homero Pereira (PSD) com atuação comparável apenas à do senador Jonas Pinheiro (DEM), morto em 2007. A avaliação partiu dos três senadores e da maioria dos deputados federais de Mato Grosso, presentes ao velório de Homero Pereira, no salão nobre da Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato), na manhã desta segunda-feira (21/10).

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Morte de Homero Pereira deixa lacuna impreenchível no setor produtivo e Mato Grosso

“É provável que tenha chegado a um patamar muito próximo ao do senador Jonas Pinheiro, para o agronegócio brasileiro, por sua atuação na Frente Parlamentar Agropecuária”, pontua o ex-governador e senador Blairo Maggi (PR), um dos incentivadores para o ingresso de Homero na vida pública. “Ele era um visionário, capaz de imaginar um mundo em que os produtores rurais fossem os principais defensores do meio ambiente”, emenda Maggi.

O senador Jayme Campos (DEM), a quem coube a primazia de levar homem para a vida pública, afirma que o agronegócio está órfão. “Ele sabia como poucos fazer a litura correta das necessidades do homem do campo, na medida e tempo certos”, afiança Jayme Campos, que levou Homero para ser secretário de Estado de Agricultura, em seu governo.

Para o senador Pedro Taques (PDT), Homero Pereira demonstrou capacidade de articulação na coordenação da bancada de Mato Grosso e, também, nos trabalhos da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA). “Ele jamais tratou seus próprios interesses, individualmente. Sempre coordenou a bancada de forma articulada e em defesa da maioria”, pontua Pedro Taques.

O deputado federal Valtenir Pereira (Pros) afirma que o principal legado de Homero foi o novo Código Florestal Brasileiro, aprovado após embates duríssimos na Câmara Federal. “Sem dúvida, foi ele quem convenceu a Frente Parlamentar Agropecuária a fazer concessões e, também, a tornar menos conflituosa a relação entre defesa ambiental e produção agrícola”, explica Valtenir.

Substituto de Homero na Câmara, o deputado federal Ságuas Moraes (PT), cita a sinceridade com que militava na defesa da agricultura há mais de 25 anos. “Trata-se de um nome insubstituível, como o [ex] senador Jonas Pinheiro, que ajudou dar envergadura para o agronegócio”, afirma ele. Ságuas entende que, como Jonas, Homero foi fundamental na fase de transição do agronegócio para a empresa rural.

O deputado federal Eliene Lima (PSD), quem formalizou o convite ao lado do deputado José Geraldo Riva para Homero ingressar no Partido Social Democrata, assegura que amigo tinha destaque também na defesa da agricultura familiar. “A agricultura familiar deve muito a Homero, em especial nas regiões mais distantes dos grandes centros”,observa Eliene.

Em seu sexto mandato na Câmara, o deputado federal Wellington Fagundes (PR) preferiu lembrar a lucidez do “homem Homero”, que na véspera da aposentadoria, há menos de 40 dias, quando foi homenageado com um jantar oferecido por dezenas de parlamentares. “Era um jantar de despedida. Ele tinha um fio de esperança nos medicamentos novos, produzidos nos Estados Unidos. Porém, teve altivez de poucos para enfrentar a doença. Talvez por já ter passado por isso há 19 anos”, emenda Fagundes, elogiando o amigo.